Comboio dos pobres
A importante observação de Francisco dos Santos, no Blog do Mílton Jung ,chamando a atenção para um "comboio de kombi" que transportava carrinhos e ambulantes , possivelmente na Estrada de Itapecerica ,próximo ao Terminal João Dias,Zona Sul, motiva uma proveitosa discussão. Comboios como este são muito conhecidos ( alguns suspeitos e odiados) pela população dos grotões de pobreza da Grande São Paulo . Eles vendem queijo , 'danone caseiro ', carne seca ,mel , roupas de cama,mesa e banho e muitas bugigangas. Pães não se vê mais. Vendem para receber no final do mês ou em três vezes. No Jardim Jangadeiro, Jardim Ângela ,Capão Redondo , os pobrezinhos - a um passo da "classe C" - estão endividados com as "lojas ambulantes". São como agiotas ou piores.Ai de quem não pagar. A cobrança fica por conta de um "Xerife". Os índios, em Parelheiros,Zona Sul e, no Jaraguá ,zona oeste de São Paulo, estão devendo até a alma para os 'ambulantes deliverys', que poderiam ser chamados de empresários da miséria e necessidade alheia . Tem gente do ramo que tem frota de kombi e até de caminhão. Sabe-se lá Deus a procedência da mercadoria.Não podemos generalizar. A maioria dos jovens (vendedores) que empurram os carrinhos ,subindo e descendo morros - quase sempre - é menor de idade ,se alimenta e se veste mal;tem a aparência debilitada pelo desânimo, é semi-analfabeta Eles saíram do sertão do nordeste e outras regiões do Brasil em busca de uma vida melhor. Vale a pena aprofundar o debate neste " comboio comercial". Assunto para o Ministério do Trabalho e a Vigilância Sanitária.
A gari dona Antônia do Grajaú diz que essa gente não tem nada dos mascates de antigamente,lá de Minas e Paraná: "Eles eram honestos,donos do próprio negócio. Quando chegavam,na época de colheita , era uma festa. Dormiam na casa do freguês,parecia da família."
Devanir Amâncio
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