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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Quando eu morrer

  Há mais de dois meses, fiquei de contribuir no Grupo Tráfico de Poesias no Facebook, como o texto "Quando eu Morrer". Tudo começou quando dois integrantes escreveram quase que os mesmo dia e com a mesma características, textos com o mesmo nome. Então lancei a ideia de que escrevêssemos também.
A adesão foi bem interessante e surgiram textos bacanas e classudos sobre a hora derradeira. Alguns curtos e engraçados, outros longos e tensos. Mas cada qual lida com este assunto de uma maneira particular.
Então agora apresento:

QUANDO EU MORRER

Festa no céu e tristeza no inferno.
A pergunta será: Já é minha vez?
A morte pra mim é um consórcio, quando menos se espera, somos contemplados.
E nem precisamos estar rigorosamente em dia. Quanto mais atrasado melhor.
Verei tudo e todos que por mim passaram, será um resumo resumido de minha resumida vida.
Você estará lá com certeza. Pra me lembrar de mais coisas, que já esqueci.
Lembra do dia em que quebrei a janela da cantina da escola? Foi por tua causa.
Lembra do dia em que fomos pegos no mercado, colocando um Lollo dentro da calça?
E a briga com o time adversário por uma falta não marcada?
Falta?
Será que fiz? Faço? Ou farei?
Nessa hora a vida me dará o cartão vermelho, abaixarei a cabeça e com as mãos pra trás sairei em silêncio.
Lembrarei do biscoito de polvilho e da geleia de mocotó que sempre serviu de bálsamo para bezetacil.
Caxumba, catapora e sarampo me mostraram o que é socialismo, todos temos a nossa cota.
Não sou santo e nem vou pro céu, até mesmo porque com certeza não encontrarei ninguém conhecido, outro dia fui a um inferninho e lá encontrei quatro amigos.
Vou ficar te devendo infelizmente, mas dívida é sagrada e Deus lhe pague.
Os CDs deixo pra você legionária e os outros para a buarquista de plantão.
Os livros que tomei e nunca li, devolvo-te.
Antes apagarei as fotos em que você está comendo ou com o dedo no nariz.
No coração levarei pantera, boneca, passarinha, pulguenta, baixinha, tricolor entre chocolates e refrigerantes. Além de Dona Lúcia, Elisângela, Luana, Isaac, Fernando e você.
Mestres tenho vários, sofro da incapacidade de ser tão bom quanto eles.
Poesias vi, rascunhei mas não emplaquei e por falar em placa.
Escrevam assim:
-Aqui jaz um (artigo indefinido)!

E se quiser saber quando vai morrer, acesse:
http://catracalivre.com.br/geral/invencoes-ideias/indicacao/o-relogio-da-morte/