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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Fazendeiro admite ter atirado no adolescente indígena

Fazendeiro admite ter atirado no adolescente indígena morto no domingo em Mato Grosso do Sul

20/02/2013 - 12h36
Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil
Brasília – O fazendeiro Orlandino Carneiro Gonçalves, 61, confessou ter atirado no adolescente guarani-kaiowá de 15 anos, Denílson Barbosa. O corpo do jovem morador da aldeia tey´ikue, localizada na área indígena Caarapó, em Caarapó (MS), a cerca de 50 quilômetros de Dourados (MS), foi encontrado no último domingo (17) em uma estrada vicinal que separa a aldeia de algumas fazendas.
Segundo o delegado regional de Dourados, Antonio Carlos Videira, o proprietário da fazenda Sardinha se apresentou ontem (19) à noite na delegacia de Caarapó e confessou a participação no crime. Em seu depoimento o fazendeiro informou que estava só na propriedade quando ouviu os latidos dos cachorros, que correram para a área do criadouro de peixes. Ao perceber o movimento, Gonçalves disse ter disparado dois tiros.
De acordo com o delegado, Gonçalves estava acompanhado de sua advogada, prestou depoimento e foi liberado em seguida. A Agência Brasil não conseguiu localizar a advogada de Gonçalves.
A delegada responsável pelo inquérito policial instaurado para apurar o caso, Magali Leite Cordeiro, esteve na manhã de hoje (20) na reserva, acompanhada por investigadores da Polícia Civil e representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e apreendeu uma arma de propriedade do fazendeiro.
Conforme o coordenador substituto do escritório da Funai em Dourados, Vander Aparecido Nishijima, informou ontem (19) à Agência Brasil, as primeiras notícias davam conta de que Denílson Barbosa saiu para pescar com o irmão mais novo, de 11 anos, e outro índio, no sábado (16) à tarde. Aparentemente, os três pretendiam ir a um córrego cuja nascente fica no interior da terra indígena e que cruza algumas fazendas próximas.
Segundo o testemunho dos dois índios que acompanhavam Barbosa, os três foram abordados por homens armados quando passavam próximo a um criadouro de peixes. Os dois índios disseram também que os três homens atiraram. Na fuga, Denilson teria ficado preso em uma cerca de arame farpado, foi alcançado pelos pistoleiros e agredido. Ontem (19), Nishijima esteve na área acompanhado por líderes indígenas e ouviu a versão do irmão de Denilson. Na língua guarani ele reforçou o que já havia dito na aldeia, logo depois do fato, identificando três homens por apelidos.
Revoltados, parentes do adolescente e moradores da aldeia ocuparam a fazenda onde o crime teria ocorrido e enterraram o corpo de Denilson. Os índios já reivindicavam a área onde, hoje, o fazendeiro cria gado e planta soja, como sendo território tradicional indígena, parte do antigo tekoha (território sagrado) Pindoty, ocupado pelos kaiowás muito antes da expulsão de comunidades indígenas, ao longo do século 20.
De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a propriedade estava deserta quando os índios chegaram ao local. Depois de enterrarem o corpo do adolescente, cerca de 300 índios permaneceram no interior da fazenda. O grupo planeja fazer uma série de protestos para chamar a atenção para o assassinato e para os conflitos por terras entre índios e fazendeiros. O Cimi informou também que a comunidade reivindica a presença permanente da Força Nacional na área como forma de garantir a proteção das famílias indígenas.
Cerca de 5 mil índios vivem na Terra Indígena de Caarapó, que mede cerca de 3,5 mil hectares (1 hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, aproximadamente as medidas de um campo de futebol oficial). De acordo com o Cimi, desde a criação do território indígena, em 1924, os índios são obrigados a pescar fora de sua reserva, já que não há peixes nas nascentes dos córregos existentes no interior da reserva. Segundo o Cimi, isso tem provocado problemas e conflitos recorrentes.
Edição: Tereza Barbosa
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Fábricas de Cultura

BIBLIOTECA
Dias 07, 14, 21 e 28 – Quintas - feiras – às 14h
Roda Ilustrada com funcionários da biblioteca da Fábrica
A partir de uma roda de leitura com textos selecionados (poemas, contos, crônicas e fábulas) com temas variados, iremos produzir, de forma divertida, desenhos que sejam significativos à sensação que cada leitura despertou.
Dia 15– Sexta - feira – às 14h
Bibliocine com funcionários da biblioteca da Fábrica
Tarde divertida com exibição de filmes acompanhada de pipoca. Depois da exibição, uma gostosa conversa sobre os filmes apresentados.
Dia 20– Quarta - feira – às 14h
Histórias Dobradas – Com Priscila Okino
Um pedaço de papel, uma história na cabeça e um tanto de criatividade. É o que vai ser preciso para participar desta oficina e se divertir em dobro. O grupo Muriquinhos, que pesquisa jeitos de brincar, vai ensinar a fazer um fantoche de dobradura. A partir desse fantoche, cada um vai poder criar seu próprio personagem e inventar novas histórias.
Dia 22– Sexta - feira – 14h
Encontro com o autor André Vianco
André Vianco é atualmente o escritor de terror, suspense e fantasia que mais conquista leitores no Brasil com 13 obras publicadas e quase um milhão de exemplares vendidos. Vianco é hoje reconhecido como o principal representante brasileiro do gênero terror e fantasia. O escritor explora o sobrenatural e o imaginário popular com facilidade e entusiasmo, levando o leitor ao gosto pela literatura.
Dia 31– Domingo – 16h
Corre que lá vem a História: Afrocontação –Com Kiusan Oliveira
Os mitos africanos são tesouros que o mundo ainda precisa descobrir. Kiusam de Oliveira, autora do livro “Omo-Oba: Histórias de Princesas”, contará histórias capazes de empoderar meninas de todos os tempos. Conheceremos nesse encontro a história “Oyá e o Búfalo e Ajê Xalugá e o seu brilho Intenso”.
FÁBRICA ABERTA
Dia 10 – Domingo– às 17h – multiuso
Oficina de Samba Rock com Leonardo Cordeiro
O movimento Samba Rock Cultural traz à Fabrica de Cultura Capão Redondo a ação Dançando o Samba Rock. Nesse encontro, o professor Leonardo Cordeiro abordará diversos passos tradicionais do samba rock em um grande “aulão aberto” para todos os presentes.
Dia 17– Domingo – das 13h às 18h – Teatro, espaço externo e multiuso
Comemoração dia do Circo com Grupo “Mega Circo”
Em comemoração ao dia do circo, o grupo “Mega Circo” traz atividades recreativas e artísticas, com atrações para todas as idades, como cama elástica, perna de pau e maquiagem infantil. O encerramento do dia contará com a apresentação de um incrível espetáculo, colorido e repleto de alegria; palhaços, acrobacias, números aéreos de tecido e trapézio mostrando o mundo mágico do circo.
Dia 24 – Domingo– às 14h – multiuso
Sessão “Cinema Com Pipoca” na Fábrica
A Fábrica de Cultura Capão Redondo abre portas para este mágico e lúdico universo: a sétima arte. Para todas as idades, para toda a família. Venha apreciar sessões de filmes escolhidos especialmente para esta agradável tarde com pipoca.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Prá,çarau dois anos de resistência.


Aniversário Prá,çarau dois anos.

Cartaz de Feliz Aniversário, Ateliê Popularte.
O Prá,çarau completou no último dia 25 de janeiro, dois anos de resistência e luta!
Numa sexta-feira, o dia foi propicio para se realizar um encontro com amigos, parceiros e surpresas.
Loja Éd'Marca.
Começamos por volta das quinze horas como previsto, com a galera da Agência Solano Trindade, fortalecendo nossa história. O Ateliê Popularte já chegou armando a mesa, onde foi apresentada uma oficina para a confecção de mandalas, a Loja Colaborativa ÉD'Marca, que comercializa produtos dos coletivos afiliados á agência, trouxe á praça, CDs, camisetas, livros e um pouco de cada produto.
Oficina de mandalas.
A oficina de mandalas logo de cara, conquistou as pessoas presentes, pois muitas delas não faziam ideia de como começar fazer uma mandala. E ali, ao ar livre e rodeado de pessoas que exalam arte, ficou muito mais prazeroso começar uma nova forma de arte e lazer. A mesa foi disputada por crianças e principalmente pessoas da melhor idade. Que se confundiam com as crianças, tamanha alegria!
Todo material foi disponibilizado pelo Ateliê Popularte e Aline Maria coordenou a oficina.


O Prá,çarau é muito característico, por ser um sarau musical em sua essência, e para não perder esta identidade começou com Wesley Nóog, soltando a sua potente e marcante voz, entoando as mais belas canções da soul music brasileira. Em seguida, entra em cena, o grande Guitar Hero, Celso Bossa, com seu trabalho refinado, com o mais fino da bossa, clássica e releituras maravilhosas de grandes nomes da música.
Apresentações impecáveis e dignas de abertura de altíssimo garbo e elegância, daquela que seria uma tarde inesquecível e que envolveu muitas pessoas.

E esta foi apenas o começo!

Tem muito mais!!!!!

Muito obrigado!

Celso Bossa e Wesley Nóog.
Celso Bossa, o Guitar Hero.




E o vento levaria?

  Reportagem sem-teto                                        

                              Vestido de repórter


Para não ser descoberta pelo vento , repórter de TV cola pernas com fita crepe para vestido não voar em reportagem de sem-teto no centro de São Paulo.

 Se "as palavras voam" (Cecília Meireles) , os vestidos também voam.

                Imagine o efeito Marilyn Monroe ao vivo .  Não seria o espetáculo da vida?            Devanir Amâncio


O texto acima é o original que recebi de meu parceiro, que já me presenteou, com várias fotos e matérias, que já foram publicadas neste humilde blog e por vezes no outro também. Fico imaginando aqui a cena, esta linda moça, com vestido vermelho, nada chamativo e nem um pouco comprido, entrando ao vivo, em rede nacional, para uma reportagem. Pelo o pouco que se vê nesta fotos, e pelo o que foi relatado, a reportagem era com os sem-teto no centro. Mas caso a moça não tivesse a brilhante ideia de colar o vestido nas pernas com uma misera fita crepe, ela na verdade iria ficar sem chão. Ao vivo. Diante de pessoas desprovidas de moradia e que com certeza nem ligariam para esta cena, pois o mais importante pra estas pessoas, é uma moradia digna e não uma "descoberta". Mas a vaidade e a vergonha, de mostrar em rede o que só se mostra em casa, a levou a esta atitude.
Parabéns menina!
Sempre disseram que o sonho de repórter é dá o furo, mas quando teve a oportunidade, ela cobriu.
Vai ver o furo era muito grande!



Revolução na Arte!


Por uma Arte Revolucionaria Independente

André Breton e Leon Trotsky
1) Pode-se pretender sem exagero que nunca a civilização humana esteve ameaçada por tantos perigos quanto hoje. Os vândalos, com o auxílio de seus meios bárbaros, isto é, deveras precários, destruíram a civilização antiga num canto limitado da Europa. Atualmente, é toda a civilização mundial, na unidade de seu destino histórico, que vacila sob a ameaça das forças reacionárias armadas com toda a técnica moderna. Não temos somente em vista a guerra que se aproxima. Mesmo agora, em tempo de paz, a situação da ciência e da arte se tornou absolutamente intolerável.
2) Naquilo que ela conserva de individualidade em sua gênese, naquilo que aciona qualidades subjetivas para extrair um certo fato que leva a um enriquecimento objetivo, uma descoberta filosófica, sociológica, científica ou artística aparece como o fruto de um acaso precioso, quer dizer, como uma manifestação mais ou menos espontânea da necessidade. Não se poderia desprezar uma tal contribuição, tanto do ponto de vista do conhecimento geral (que tende a que a interpretação do mundo continue), quanto do ponto de vista revolucionário (que, para chegar à transformação do mundo, exige que tenhamos uma idéia exata das leis que regem seu movimento). Mais particularmente, não seria possível desinteressar-se das condições mentais nas quais essa contribuição continua a produzir-se e, para isso, zelar para que seja garantido o respeito às leis específicas a que está sujeita a criação intelectual.
3) Ora, o mundo atual nos obriga a constatar a violação cada vez mais geral dessas leis, violação à qual corresponde necessariamente um aviltamento cada vez mais patente, não somente da obra de arte, mas também da personalidade “artística”. O fascismo hitlerista, depois de ter eliminado da Alemanha todos os artistas que expressaram em alguma medida o amor pela liberdade, fosse ela apenas formal, obrigou aqueles que ainda podiam consentir em manejar uma pena ou um pincel a se tornarem os lacaios do regime e a celebrá-lo de encomenda, nos limites exteriores do pior convencionalismo. Exceto quanto à propaganda, a mesma coisa aconteceu na URSS durante o período de furiosa reação que agora atingiu seu apogeu.
4) É evidente que não nos solidarizamos por um instante sequer, seja qual for seu sucesso atual, com a palavra de ordem: “Nem fascismo nem comunismo”, que corresponde à natureza do filisteu conservador e atemorizado, que se aferra aos vestígios do passado “democrático”. A arte verdadeira, a que não se contenta com variações sobre modelos prontos, mas se esforça por dar uma expressão às necessidades interiores do homem e da humanidade de hoje, tem que ser revolucionária, tem que aspirar a uma reconstrução completa e radical da sociedade, mesmo que fosse apenas para libertar a. criação intelectual das cadeias que a bloqueiam e permitir a toda a humanidade elevar-se a alturas que só os gênios isolados atingiram no passado. Ao mesmo tempo, reconhecemos que só a revolução social pode abrir a via para uma nova cultura. Se, no entanto, rejeitamos qualquer solidariedade com a casta atualmente dirigente na URSS, é precisamente porque no nosso entender ela não representa o comunismo, mas é o seu inimigo mais pérfido e mais perigoso.
5) Sob a influência do regime totalitário da URSS e por intermédio dos organismos ditos “culturais” que ela controla nos outros países, baixou no mundo todo um profundo crepúsculo hostil à emergência de qualquer espécie de valor espiritual. Crepúsculo de abjeção e de sangue no qual, disfarçados de intelectuais e de artistas, chafurdam homens que fizeram do servilismo um trampolim, da apostasia um jogo perverso, do falso testemunho venal um hábito e da apologia do crime um prazer. A arte oficial da época estalinista reflete com uma crueldade sem exemplo na história os esforços irrisórios desses homens para enganar e mascarar seu verdadeiro papel mercenário.
6) A surda reprovação suscitada no mundo artístico por essa negação desavergonhada dos princípios aos quais a arte sempre obedeceu, e que até Estados instituídos sobre a escravidão não tiveram a audácia de contestar tão totalmente, deve dar lugar a uma condenação implacável. A oposiçãoartística é hoje uma das forças que podem com eficácia contribuir para o descrédito e ruína dos regimes que destroem, ao mesmo tempo, o direito da classe explorada de aspirar a um mundo melhor e todo sentimento da grandeza e mesmo da dignidade humana.
7) A revolução comunista não teme a arte. Ela sabe que ao cabo das pesquisas que se podem fazer sobre a formação da vocação artística na sociedade capitalista que desmorona, a determinação dessa vocação não pode ocorrer senão como o resultado de uma colisão entre o homem e um certo número de formas sociais que lhe são adversas. Essa única conjuntura, a não ser pelo grau de consciência que resta adquirir, converte o artista em seu aliado potencial. O mecanismo de sublimação, que intervém em tal caso, e que a psicanálise pôs em evidência, tem por objeto restabelecer o equilíbrio rompido entre o “ego” coerente e os elementos recalcados. Esse restabelecimento se opera em proveito do ”ideal do ego” que ergue contra a realidade presente, insuportável, os poderes do mundo interior, do “id”, comuns a todos os homens e constantemente em via de desenvolvimento no futuro. A necessidade de emancipação do espírito só tem que seguir seu curso natural para ser levada a fundir-se e a revigorar-se nessa necessidade primordial: a necessidade de emancipação do homem.
8) Segue-se que a arte não pode consentir sem degradação em curvar-se a qualquer diretiva estrangeira e a vir docilmente preencher as funções que alguns julgam poder atribuir-lhe, para fins pragmáticos, extremamente estreitos. Melhor será confiar no dom de prefiguração que é o apanágio de todo artista autêntico, que implica um começo de resolução (virtual) das contradições mais graves de sua época e orienta o pensamento de seus contemporâneos para a urgência do estabelecimento de uma nova ordem.
9) A idéia que o jovem Marx tinha do papel do escritor exige, em nossos dias, uma retomada vigorosa. É claro que essa idéia deve abranger também, no plano artístico e científico, as diversas categorias de produtores e pesquisadores. "O escritor, diz ele, deve naturalmente ganhar dinheiro para poder viver e escrever, mas não deve em nenhum caso viver e escrever para ganhar dinheiro... O escritor não considera de forma alguma seus trabalhos como um meio. Eles são objetivos em si, são tão pouco um meio para si mesmo e para os outros que sacrifica, se necessário, sua própria existência à existência de seus trabalhos... A primeira condição da liberdade de imprensa consiste em não ser um ofício. Mais que nunca é oportuno agora brandir essa declaração contra aqueles que pretendem sujeitar a atividade intelectual a fins exteriores a si mesma e, desprezando todas as determinações históricas que lhe são próprias, dirigir, em função de pretensas razões de Estado, os temas da arte. A livre escolha desses temas e a não-restrição absoluta no que se refere ao campo de sua exploração constituem para o artista um bem que ele tem o direito de reivindicar como inalienável. Em matéria de criação artística, importa essencialmente que a imaginação escape a qualquer coação, não se deixe sob nenhum pretexto impor qualquer figurino. Àqueles que nos pressionarem, hoje ou amanhã, para consentir que a arte seja submetida a uma disciplina que consideramos radicalmente incompatível com seus meios, opomos uma recusa inapelável e nossa vontade deliberada de nos apegarmos à fórmula:toda licença em arte.
10) Reconhecemos, é claro, ao Estado revolucionário o direito de defender-se contra a reação burguesa agressiva, mesmo quando se cobre com a bandeira da ciência ou da arte. Mas entre essas medidas impostas e temporárias de autodefesa revolucionária e a pretensão de exercer um comando sobre a criação intelectual da sociedade, há um abismo. Se, para o desenvolvimento das forças produtivas materiais, cabe à revolução erigir um regime socialista de plano centralizado, para a criação intelectual ela deve, já desde o começo, estabelecer e assegurar um regime anarquista de liberdade individual. Nenhuma autoridade, nenhuma coação, nem o menor traço de comando! As diversas associações de cientistas e os grupos coletivos de artistas que trabalharão para resolver tarefas nunca antes tão grandiosas unicamente podem surgir e desenvolver um trabalho fecundo na base de uma livre amizade criadora, sem a menor coação externa.
11) Do que ficou dito decorre claramente que ao defender a liberdade de criação, não pretendemos absolutamente justificar o indiferentismo político e longe está de nosso pensamento querer ressuscitar uma arte dita “pura” que de ordinário serve aos objetivos mais do que impuros da reação. Não, nós temos um conceito muito elevado da função da arte para negar sua influência sobre o destino da sociedade. Consideramos que a tarefa suprema da arte em nossa época é participar consciente e ativamente da preparação da revolução. No entanto, o artista só pode servir à luta emancipadora quando está compenetrado subjetivamente de seu conteúdo social e individual, quando faz passar por seus nervos o sentido e o drama dessa luta e quando procura livremente dar uma encarnação artística a seu mundo interior.

12) Na época atual, caracterizada pela agonia do capitalismo, tanto democrático quanto fascista, o artista, sem ter sequer necessidade de dar a sua dissidência social uma forma manifesta, vê-se ameaçado da privação do direito de viver e de continuar sua obra pelo bloqueio de todos os seus meios de difusão. É natural que se volte então para as organizações estalinistas que lhe oferecem a possibilidade de escapar a seu isolamento. Mas sua renúncia a tudo que pode constituir sua mensagem própria e as complacência degradantes que essas organizações exigem dele em troca de certas possibilidades materiais lhe proíbem manter-se nelas, por menos que a desmoralização seja impotente para vencer seu caráter. É necessário, desde este instante, que ele compreenda que seu lugar está além, não entre aqueles que traem a causa da revolução e ao mesmo tempo, necessariamente, a causa do homem, mas entre aqueles que dão provas de sua fidelidade inabalável aos princípios dessa revolução, entre aqueles que, por isso, permanecem como os únicos qualificados para ajudá-Ia a realizar-se e para assegurar por ela a livre expressão ulterior de todas as manifestações do gênio humano.
13) O objetivo do presente apelo é encontrar um terreno para reunir todos os defensores revolucionários da arte, para servir a revolução pelos métodos da arte e defender a própria liberdade da arte contra os usurpadores da revolução. Estamos profundamente convencidos de que o encontro nesse terreno é possível para os representantes de tendências estéticas, filosóficas e políticas razoavelmente divergentes. Os marxistas podem caminhar aqui de mãos dadas com os anarquistas, com a condição que uns e outros rompam implacavelmente com o espírito policial reacionário, quer seja representado por Josef Stálin ou por seu vassalo Garcia Oliver.
14) Milhares e milhares de pensadores e de artistas isolados, cuja voz é coberta pelo tumulto odioso dos falsificadores arregimentados, estão atualmente dispersos no mundo. Numerosas pequenas revistas locais tentam agrupar a sua volta forças jovens, que procuram vias novas e não subvenções. Toda tendência progressiva na arte é difamada pelo fascismo como uma degenerescência. Toda criação livre é declarada fascista pelos estalinistas. A arte revolucionária independente deve unir-se para a luta contra as perseguições reacionárias e proclamar bem alto seu direito à existência. Uma tal união é o objetivo da Federação Internacional da Arte Revolucionária Independente (FIARI) que julgamos necessário criar.
15) Não temos absolutamente a intenção de impor cada uma das idéias contidas neste apelo, que nós mesmos consideramos apenas um primeiro passo na nova via. A todos os representantes da arte, a todos seus amigos e defensores que não podem deixar de compreender a necessidade do presente apelo, pedimos que ergam a voz imediatamente. Endereçamos o mesmo apelo a todas as publicações independentes de esquerda que estão prontas a tomar parte na criação da Federação Internacional e no exame de suas tarefas e métodos de ação.
16) Quando um primeiro contato internacional tiver sido estabelecido pela imprensa e pela correspondência, procederemos à organização de modestos congressos locais e nacionais. Na etapa seguinte deverá reunir-se um congresso mundial que consagrará oficialmente a fundação da Federação Internacional.
O que queremos:
a independência da arte - para a revolução
a revolução - para a liberação definitiva da arte.


Cidade do México, 25 de julho de 1938

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Aniversário Prá,çarau


No dia 25 de janeiro, completaremos um ano de luta e resistência.

E comemoramos em grande estilo, juntamente com os parceiros que sempre acreditaram e fortaleceram.

Começaremos á partir das 14 horas, com exposições de nossos artistas locais, tais como Aline Maria, Laurinha e Massa seus trabalhos estarão expostos pela praça e todos poderão apreciar.

Teremos as presenças de nossos parceiros poetas, que sempre nos acompanharam durante o ano inteiro, Camila CostaAdriano, o Chico Science da PeriferiaLuan LuandoLuciano Vida e grande elenco, já que também estarão presentes, depois de uma apresentação no SESC Santo Amaro, o Sarau do Binho e Sarau Vila Fundão.

Contando com as parceiras do Antene-se, a minha parceira de fotografias Thais Buarque que me ajudará a registrar os momentos bacanas do dia, que serão muitos!



O nosso Prá,çarau se destacou por ser o sarau mais musical de São Paulo e bem por isso estará repleto de atrações musicais, os nossos padrinhos Poesia Samba Soul, nos presentearão com sua presença. A parceira com a Agência Solano Trindade nos proporciona a apresentação de grandes músicos e um deles é Wesley Nóog, que mostrará todo o seu talento para a comunidade na Cohab Adventista. Ainda teremos a presença de um dos melhores rapper da quebrada, Fino du Rap e seu som maneiro, algo  muito bom para todos nós!


Ainda mais com os parceiros que fazem parte deste projeto cultural na quebrada.

Woodyh OliveiraGuitar Hero, Celso BernucioSmith-E e toda a comunidade presnte.

Nossos parceiros que fazem as coisas acontecerem, Banco UniãoAgência Solano TrindadeLuta Popular e Sacolão das Artes.

Aguardem que ainda terá mais novidades!