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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Acampa Sampa

     No Acampa Sampa tem até máscara anticorrupção e tocha da honestidade. Os ativistas têm o respeito e a simpatia do público , mas não  dos guardas civis metropolitanos.  

      Os guardas civis foram embora dizendo : " A próxima vez que a gente voltar aqui a conversa vai ser  diferente..." [...].





O acampamento de cerca de cinquenta jovens da classe C - debaixo do Viaduto do Chá,no Vale do Anhangabaú,  na região central de São Paulo, não deixa de ser interessante por aquilo que defende . Os jovens  com notebooks, simplicidade , inteligência  , criatividade  e organização se comunicam com o Brasil e o mundo. Não se vê no calçãdão das causas justas  bandeiras de partidos políticos ,mas frases contra  a politicália , roubo de dinheiro público,conchavos e  concentração de poder nas mãos de poucos, que lembra o Ministério dos Esportes  'Segundo Tempo' ,batizado por Joelmir Beting , de "Ministério do Olho Gordo" [...]

O Acampa Sampa, a vinte metros da entrada do Palácio do Governo Municipal, não hostiliza o prefeito Gilberto Kassab , a  presidente  Dilma Rousseff e quaisquer autoridades .Mas tem incomodado agentes municipais da Prefeitura de São Paulo , que na segunga -feira(17) compareceram ao local com duas viaturas e um caminhão  Corpo de Bombeiros para cumprir, segundo eles, ordens superiores : "Apagar um latãozinho de fogo onde se aqueciam alguns moradores de rua . O latão de fogo ,chamado de "tocha da honestidade foi apagado pelos ativistas  a pedido da guarda armada. Na terça-feira (18)  os guardas civis metropolitanos  desarmaram uma faixa com  a inscrição: "Democracia direta, opressão ,roubo, corrupção". Alguns agentes são  bem  conhecidos : os mesmos que  apreenderam os livros  - a  mando do então supersecretário ... -  da primeira Bienal dos Pobres na Praça da Sé, onde havia leitura e distribuição de livros de graça,evento paralelo à Bienal Internacional do Livro. A mesma turma que num ato de covardia cultural  também confiscou livros , mapas  e objetos índigenas de diferentes aldeias do Brasil, que seriam usados para a criação da "biblioteca indígena" na Praça Monteiro Lobato ,atrás do Teatro Municipal , de onde uma organização  não - governamental despejou via Ministério Público uma empresa famosa  de lixo que cafetinava o espaço há mais de quinze anos.

Os nomes de todos eles estão guardados em um caderninho que um dia será aberto dentro da futura biblioteca indígena ou na própria Praça da Sé [...].

Por que um ato pacífico , justo e necessário como o Acampa Sampa - de jovens indignados -  incomoda tanto a Prefeitura de São Paulo?

    Os guardas civis foram embora dizendo : " A proxima  vez que  a gente voltar aqui a conversa vai ser  diferente..."


                                            Devanir Amâncio

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